amores expresos, blog DO MATTOSO

domingo, 1 de julho de 2007

CHEGANÇA

O comissário de bordo, um panamenho careca cujo uniforme traz bordado o nome Onan, anuncia a chegada a Havana. É de noite, não estou na janela, é impossível ter qualquer idéia do que me espera em terra. Desço do avião, passo pela aduana, respondo a um par de perguntas de uma enfermeira levemente surda — e pronto. Estou aqui. Seja lá o que isso signifique.

Minhas primeiras impressões sobre Cuba são mais olfativas do que visuais. Cheiro de mato. Cheiro de mar. No táxi, uma rádio intercala clássicos do son com notas históricas sobre o país. Faço imagens tremidas dos muros por onde passo, todos forrados com mensagens revolucionárias. Ainda não são duas da manhã e a cidade está deserta. Talvez seja este lado da cidade, este bairro, sei lá. O fato é que, numa primeira e rudimentar impressão, Havana me parece uma doce cidade interiorana.

Tenho mais trinta dias para me contradizer. Vamos lá.